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sábado, 14 de março de 2009

Primeiro dia da mostra sobre o corpo humano atraiu crianças e casais


Ficou famosa uma exibição recente em Porto Alegre do filme Saló ou os Cento e Vinte Dias de Sodoma, de Pasolini, em que a plateia foi às gargalhadas diante do clássico que, nos anos 1970, chocou o mundo com suas cenas de coprofagia e estupro. Os tempos são outros. Da mesma forma, uma exposição que prometia embrulhar o estômago do público estreou no último sábado fazendo a alegria da criançada.A abertura da mostra Corpo Humano Real e Fascinante, no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, levou milhares de jovens casais apaixonados e pais com seus bebês para apreciar os 16 cadáveres humanos e os 225 órgãos que compõem o espetáculo, anunciado como macabro, mas que não apavorou nem Maura Rodrigues, avó, 43 anos, nem a pequena Fernanda, neta, um ano e oito meses.– Ela ficou impressionada em ver o tronco inteiro – contou Maura.Ficar impressionada, neste caso, não significou medo. Fernanda, sentada no carrinho de bebê, estendeu os dois braços em direção ao defunto chinês e, sorrindo, pediu para levantar. Deu uma olhada rápida no fundo do olho do falecido e saiu engatinhando pelo carpete do centro de eventos, feliz da vida. Perto dali, Gabriel Hartmann Delavigne, três anos, se divertia com o sistema respiratório.– Antes de entrar, ele disse: “Mãe, isso vai ser assustador” – contou a funcionária pública federal Arlete Hartmann, 40 anos.Mas lá dentro, Gabriel ficou à vontade e até refletiu diante de um pulmão corroído pelo tabaco:– Eu nunca fumei, mãe. O pulmão fica todo sujo e depois tem que limpar.

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