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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Prática oriental ajuda na arte do equilíbrio


A meditação Qi Gong começa a ganhar espaço em Umuarama, que se destaca como primeira cidade do Paraná a possuir essa terapia que busca o equilíbrio do corpo e da mente
Umuarama/ Redaçãocidade@ilustrado.com.br
A instrutora de práticas corporais orientais Aparecida Antônia da Silva (a Cida) iniciou em Umuarama um projeto pioneiro de terapia que está aos poucos ganhando espaço na cidade. O Qi Gong Terapêutico (pronuncia-se Chi Kung) é uma técnica milenar que era praticada em grupos fechados de famílias chinesas e que começou nos templos budistas e taoístas. Hoje ela é praticada por pessoas comuns e também por lutadores de artes marciais ou esportes em geral, pois restabelece a energia do corpo, canalizando-a para uma espécie de “reserva de energia” e não deixando que ela seja desperdiçada.Proporcionando leveza e tranqüilidade, os movimentos são suaves e simples e a sensação de bem estar é sempre presente. A prática não é formada por uma técnica que exija grande resistência física. Cida explica que é uma proposta corporal muito diferente do que a maioria está acostumada a trabalhar no ocidente. São movimentos lentos. O pensamento deve acompanhar o movimento, e, desse modo, pode-se perceber uma divergência do trabalho físico da praxe no ocidente. “Geralmente caminhamos numa esteira, enquanto assistimos televisão, e pensamos no que fazer amanhã, tudo num mesmo momento”, afirma. No Qi Gong uma coisa gera outra, portanto corpo e mente andam juntos, daí, a meditação.A prática é feita sempre em lugares silenciosos e ao ar livre, preferencialmente onde haja árvores e natureza presentes, uma vez que esta terapia busca colocar o ser humano em contato com a natureza que está a sua volta e que geralmente ele não pode perceber pela pressa do dia-a-dia, em Umuarama a meditação tem acontecido em praças e bosques. Cida diz que a vida capitalista deixou as pessoas automatizadas, executando sempre o mesmo movimento e não tendo tempo de pensar em si mesmas, sobretudo no próprio corpo.Nesse sentido, o Qi Gong vem para resgatar uma saúde natural, um corpo vivo onde tudo se movimenta de forma única, e não separadamente, como trabalhar um músculo só diversas vezes. “Relaxar e esquecer as neuroses é algo que no início é difícil, mas com concentração se alcança bons resultados”. Cida evidencia também que é preciso aceitar-se despertando o próprio corpo para a atividade, aceitar também a doença, não gerando sobre ela sentimentos negativos como a raiva.Os praticantes se reúnem às segundas e quartas-feiras, a partir das 7h50, na Praça Antônio Moraes de Barros – onde funcionava o antigo Ceprev (Centro de Prevenção e Terapias Naturais).Sentir e conhecerO elemento básico desta terapia é o sentir, ele é a força motivadora de se conhecer, consequentemente conhecer o próprio corpo e entender seus problemas naturalmente, podendo assim resolve-los naturalmente também. As pessoas podem se cuidar de forma a não precisar abusar dos remédios farmacêuticos, e assim saírem de uma dependência. “Quem se entrega apenas aos remédios, será curado apenas por remédios, quem se disponibiliza a si mesmo, a conhecer o próprio corpo movimentando-o com consciência e amor, poderá também se curar”, diz Cida.E não é preciso ter pressa. O Qi Gong não é imediato, somente a prática regular renderá boas melhoras, tal como aconteceu com alunas da terceira idade, que tinham problemas de saúde diagnosticados e com a terapia chinesa perceberam grande melhora. “As pessoas não podem se tornar vítimas de sua doença e deixar tudo para o médico. Você cuida de você e é responsável pelo seu corpo. A saúde não é apenas a ausência da doença, mas um estado de conexão com o que está a nossa volta e tem forte influência sobre nós e no nosso estado físico, metal e espiritual”, completa Cida. Ela salientar a importância e eficiência da medicina ocidental, que tem grande êxito em resolver situações extremas e que necessitam de solução imediata, mas o ideal é saber equilibrar as duas coisas.Energia nos meridianosPara entender como essa terapia age no ser humano, a instrutora corporal Cida explica que internamente no corpo há condutores chamados de meridianos, que podem ser comparados às veias que conduzem o sangue, porém neles é conduzida a energia (chamada de Qi). Sendo assim, diferente das veias, quando o corpo morre os meridianos deixam de existir.Esses condutores foram comprovados cientificamente e quanto mais as pessoas praticam o Qi Gong, mais elas podem sentir a energia sendo levada para aonde a pessoa mais necessita de cuidados. “É algo maravilhoso, você sente que está despertando o corpo para a vida e consegue senti-lo com muita naturalidade. Acho que existem partes da nossa anatomia que nós nunca movimentamos, e com o Qi Gong você começa a perceber a necessidade de que tudo esteja em movimento e respirando bem”, diz Lourenço, um dos praticantes do grupo.Existem os meridianos do coração, da mente, dos pulmões, que formam inúmeros caminhos em que a energia percorre no corpo humano e que se concentram num mesmo lugar, o Dantian, que fica quatro dedos abaixo do umbigo.Desequilíbrio causa doençaDe acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, toda doença ou sintoma, físico ou mental, vem de uma desordem ou de um desequilíbrio na energia vital do homem. Os efeitos gerais sobre a saúde são vários e por isso há muitas razões para se praticar o Qi Gong médico: aumenta a saúde em geral, previne e trata doenças, compensa o processo de envelhecimento, aumenta a concentração e o aprendizado, previne tensão e estresse, coordena e balança corpo e espírito e promove criatividade e conforto mental. Cida é funcionária a doze anos da prefeitura e está negociando com a atual administração para continuar com o trabalho nas Unidades de Saúde em Umuarama, com a expectativa de que o Qi Gong seja desenvolvido não só no Paraná, mas que cada vez mais ele seja praticado também no Brasil. Em Umuarama mais de cem pessoas puderam entrar em contato com essa terapia. Segundo Cida, isso deve ser encarado como uma missão, assim ensinou sua Grã Mestra Fan Xiulan que criou o Método de Preservação da Saúde, o Biyun, em São Paulo, pelo qual Cida participou para sua formação

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