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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Esqueleto

Introdução

A sustentação do corpo está a cargo do esqueleto, que também fornece, em certos casos, proteção aos órgãos internos e ponto de apoio para a fixação dos músculos. O endoesqueleto é um tipo básico de esqueleto e consiste em inúmeras peças cartilaginosas e ósseas articuladas. Essas peças formam um sistema de alavancas que se movem sob a ação dos músculos.

Função do esqueleto

O esqueleto ósseo, além de sustentação corporal, apresenta duas importantes funções:

Reservas de sais minerais, principalmente de cálcio e fósforo, que são fundamentais para o funcionamento das células e devem estar presentes no sangue. Quando o nível de cálcio diminui no sangue, sais de cálcio são mobilizados dos ossos para suprir a deficiência.

Determinados ossos ainda possuem medula amarela (ou tutano), como mostra a figura ao lado. Essa medula é constituída principalmente por células adiposas, que acumulam gorduras como material de reserva.

No interior de alguns ossos (como o crânio, coluna, bacia, esterno, costelas e as cabeças dos ossos do braço e coxa), há cavidades preenchidas por um tecido macio, a medula óssea vermelha, onde são produzidas as células do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas.




Articulação

Os ossos de uma articulação têm de deslizar um sobre o outro suavemente e sem atrito, ou se gastariam. Os ossos de uma articulação são mantidos em seus devidos lugares por meio de cordões resistentes, constituídos por tecido conjuntivo fibroso: os ligamentos, que estão firmemente aderidos às membranas que revestem os ossos.

Divisão do esqueleto

O esqueleto humano pode ser dividido em três partes principais: Cabeça, tronco e membros.

Leia também:

Tráfico de órgãos humanos está associado a feitiçaria




Maputo -- A extracção de órgãos humanos em Moçambique está associado a "práticas tradicionais prejudiciais", em particular a feitiçaria, e não a transplantes, indica a Liga dos Direitos Humanos (LDH) de Moçambique.



Uma pesquisa feita pela LDH, terça-feira divulgada, que analisou a forma de conservação e métodos de transporte de órgãos e partes do corpo humano depois da sua extracção, constatou que nenhum dos métodos de transporte utilizados pelos supostos traficantes de órgãos humanos é conducente ao transplante.



O estudo daquela instituição de defesa dos direitos do homem em Moçambique apurou que os órgãos e partes de corpos, depois de extraídos, são transportados de diferentes formas: em sacos, embrulhados em folhas de árvores, escondidos dentro de caixas com carne, na bagageira de carros, ou dentro de panelas.



"Nenhum destes métodos de transporte é conducente para o transplante" dos órgãos humanos, sublinha o relatório publicado em Maputo.



Normalmente, explica a LDH, os órgãos humanos para transplantes são conservados em laboratórios de forma cuidadosa, além de que os doadores devem ser submetidos previamente a exames para identificação de eventuais doenças.



Para a organização, o objectivo do uso de partes do corpo humano "é criar uma medicina tradicional poderosa, no alcance dos seus propósitos que são, por exemplo, curar doenças, ajudar as pessoas a progredir economicamente ou prejudicar os seus inimigos".


"As pessoas tentam, desesperadamente, sair da pobreza e das frustrações e pobres condições de vida a elas associadas. Estão, portanto, susceptíveis às ofertas dos feiticeiros para melhorarem a saúde e/ou as condições financeiras", refere a LDH.



Mas, o tráfico de órgãos e partes do corpo humano "é uma realidade" em Moçambique, apesar de nunca ter sido admitida pelo Governo de Moçambique, considera aquela agremiação.



Aliás, o executivo de Maputo "pouco ou nada fez até aqui para controlar a situação" do suposto tráfico de órgãos humanos, considera a LDH, que atribui esta prática ao crime organizado.



"A situação do tráfico de órgãos humanos é uma realidade ainda presente no país, mas o Governo pouco ou nada fez até aqui para controlar a situação.


Pior ainda, este fenómeno é alimentado pelas estruturas do crime organizado, usando as mais variadas e sofisticadas formas de actuação", sublinha o relatório.



"Urge, deste modo, combater esta prática para a garantia de uma paz social e pleno respeito pelos direitos humanos", exorta o documento.



O relatório da LDH indica que este fenómeno está a ser levantado desde 2003 e que a extinta Unidade Anti-corrupção, criada há cinco anos, estava a trabalhar no assunto.



"Porém, desde a extinção daquela unidade no país, e a sua substituição pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção, em 2006, nunca mais se fez uma pesquisa relacionada com o assunto, por mera falta de vontade política", acusa a LDH.



Na semana passada, a LDH lançou o Relatório de Direitos Humanos em Moçambique-2007 em que refere que o caso mais recente relacionado com o eventual tráfico de órgãos humanos deu-se no distrito de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, norte do país, onde foram encontrados três corpos sem os respectivos órgãos genitais.



"Esta informação foi confirmada pelas estruturas locais da Polícia (PRM) e da Procuradoria provincial (...). Todavia, não foi feita nenhuma investigação para se apurar os factos e circunstâncias do tráfico", salienta.



Além deste caso, há registo de pessoas presas em conexão com a morte e decepamento de órgãos humanos, como cabeças e órgãos genitais, supostamente para traficar, frisa o documento.



No mesmo relatório, a LDH aponta fragilidades na legislação em vigor em Moçambique para desencorajar este tipo de práticas.



"Se alguém é encontrado na posse de uma parte do corpo humano na África do Sul ou em Moçambique, e se não houver maneira de relacionar a parte do corpo a uma vítima, é difícil que, sob a legislação actual, a polícia consiga condenar os indivíduos na posse da parte do corpo", refere.



"Devido à falta de métodos sofisticados de investigação na região, como teste de ADN, é difícil para a polícia descobrir qual a origem de uma parte de corpo. A incapacidade de descobrir a vítima a quem pertence a parte de corpo, torna a condenação difícil", refere a LDH.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Prática oriental ajuda na arte do equilíbrio


A meditação Qi Gong começa a ganhar espaço em Umuarama, que se destaca como primeira cidade do Paraná a possuir essa terapia que busca o equilíbrio do corpo e da mente
Umuarama/ Redaçãocidade@ilustrado.com.br
A instrutora de práticas corporais orientais Aparecida Antônia da Silva (a Cida) iniciou em Umuarama um projeto pioneiro de terapia que está aos poucos ganhando espaço na cidade. O Qi Gong Terapêutico (pronuncia-se Chi Kung) é uma técnica milenar que era praticada em grupos fechados de famílias chinesas e que começou nos templos budistas e taoístas. Hoje ela é praticada por pessoas comuns e também por lutadores de artes marciais ou esportes em geral, pois restabelece a energia do corpo, canalizando-a para uma espécie de “reserva de energia” e não deixando que ela seja desperdiçada.Proporcionando leveza e tranqüilidade, os movimentos são suaves e simples e a sensação de bem estar é sempre presente. A prática não é formada por uma técnica que exija grande resistência física. Cida explica que é uma proposta corporal muito diferente do que a maioria está acostumada a trabalhar no ocidente. São movimentos lentos. O pensamento deve acompanhar o movimento, e, desse modo, pode-se perceber uma divergência do trabalho físico da praxe no ocidente. “Geralmente caminhamos numa esteira, enquanto assistimos televisão, e pensamos no que fazer amanhã, tudo num mesmo momento”, afirma. No Qi Gong uma coisa gera outra, portanto corpo e mente andam juntos, daí, a meditação.A prática é feita sempre em lugares silenciosos e ao ar livre, preferencialmente onde haja árvores e natureza presentes, uma vez que esta terapia busca colocar o ser humano em contato com a natureza que está a sua volta e que geralmente ele não pode perceber pela pressa do dia-a-dia, em Umuarama a meditação tem acontecido em praças e bosques. Cida diz que a vida capitalista deixou as pessoas automatizadas, executando sempre o mesmo movimento e não tendo tempo de pensar em si mesmas, sobretudo no próprio corpo.Nesse sentido, o Qi Gong vem para resgatar uma saúde natural, um corpo vivo onde tudo se movimenta de forma única, e não separadamente, como trabalhar um músculo só diversas vezes. “Relaxar e esquecer as neuroses é algo que no início é difícil, mas com concentração se alcança bons resultados”. Cida evidencia também que é preciso aceitar-se despertando o próprio corpo para a atividade, aceitar também a doença, não gerando sobre ela sentimentos negativos como a raiva.Os praticantes se reúnem às segundas e quartas-feiras, a partir das 7h50, na Praça Antônio Moraes de Barros – onde funcionava o antigo Ceprev (Centro de Prevenção e Terapias Naturais).Sentir e conhecerO elemento básico desta terapia é o sentir, ele é a força motivadora de se conhecer, consequentemente conhecer o próprio corpo e entender seus problemas naturalmente, podendo assim resolve-los naturalmente também. As pessoas podem se cuidar de forma a não precisar abusar dos remédios farmacêuticos, e assim saírem de uma dependência. “Quem se entrega apenas aos remédios, será curado apenas por remédios, quem se disponibiliza a si mesmo, a conhecer o próprio corpo movimentando-o com consciência e amor, poderá também se curar”, diz Cida.E não é preciso ter pressa. O Qi Gong não é imediato, somente a prática regular renderá boas melhoras, tal como aconteceu com alunas da terceira idade, que tinham problemas de saúde diagnosticados e com a terapia chinesa perceberam grande melhora. “As pessoas não podem se tornar vítimas de sua doença e deixar tudo para o médico. Você cuida de você e é responsável pelo seu corpo. A saúde não é apenas a ausência da doença, mas um estado de conexão com o que está a nossa volta e tem forte influência sobre nós e no nosso estado físico, metal e espiritual”, completa Cida. Ela salientar a importância e eficiência da medicina ocidental, que tem grande êxito em resolver situações extremas e que necessitam de solução imediata, mas o ideal é saber equilibrar as duas coisas.Energia nos meridianosPara entender como essa terapia age no ser humano, a instrutora corporal Cida explica que internamente no corpo há condutores chamados de meridianos, que podem ser comparados às veias que conduzem o sangue, porém neles é conduzida a energia (chamada de Qi). Sendo assim, diferente das veias, quando o corpo morre os meridianos deixam de existir.Esses condutores foram comprovados cientificamente e quanto mais as pessoas praticam o Qi Gong, mais elas podem sentir a energia sendo levada para aonde a pessoa mais necessita de cuidados. “É algo maravilhoso, você sente que está despertando o corpo para a vida e consegue senti-lo com muita naturalidade. Acho que existem partes da nossa anatomia que nós nunca movimentamos, e com o Qi Gong você começa a perceber a necessidade de que tudo esteja em movimento e respirando bem”, diz Lourenço, um dos praticantes do grupo.Existem os meridianos do coração, da mente, dos pulmões, que formam inúmeros caminhos em que a energia percorre no corpo humano e que se concentram num mesmo lugar, o Dantian, que fica quatro dedos abaixo do umbigo.Desequilíbrio causa doençaDe acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, toda doença ou sintoma, físico ou mental, vem de uma desordem ou de um desequilíbrio na energia vital do homem. Os efeitos gerais sobre a saúde são vários e por isso há muitas razões para se praticar o Qi Gong médico: aumenta a saúde em geral, previne e trata doenças, compensa o processo de envelhecimento, aumenta a concentração e o aprendizado, previne tensão e estresse, coordena e balança corpo e espírito e promove criatividade e conforto mental. Cida é funcionária a doze anos da prefeitura e está negociando com a atual administração para continuar com o trabalho nas Unidades de Saúde em Umuarama, com a expectativa de que o Qi Gong seja desenvolvido não só no Paraná, mas que cada vez mais ele seja praticado também no Brasil. Em Umuarama mais de cem pessoas puderam entrar em contato com essa terapia. Segundo Cida, isso deve ser encarado como uma missão, assim ensinou sua Grã Mestra Fan Xiulan que criou o Método de Preservação da Saúde, o Biyun, em São Paulo, pelo qual Cida participou para sua formação

Estômago

Características do Estômago
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função principal é a decomposição dos alimentos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos. Segmento superior O segmento superior é o mais volumoso, chamado "porção vertical". Este, compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o corpo do estômago, abaixo, que termina pela pequena tuberosidade. Segmento inferior O segmento inferior é denominado "porção horizontal", está separado do duodeno pelo piloro, que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada pequena curvatura; a borda esquerda, convexa, é dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o cárdia.

As túnicas do estômago
O estômago compõe-se de quatro túnicas; serosa (o peritônio), muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o suco gástrico). Quando está cheio de alimento, o estômago torna-se ovóide ou arredondado. O estômago tem movimentos peristálticos que asseguram sua homogeneização.
Suco gástrico
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorídrico, muco e várias enzimas, como a pepsina, a renina e a lipase. A pepsina, na presença de ácido clorídrico, quebra as moléculas de proteínas em moléculas menores. A renina coagula o leite, e a lipase age sobre alguns tipos de gordura. A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12.
Doenças do estômago
As doenças e problemas gástricos do estômago são numerosos: úlcera, câncer, a dispepsia (indigestão gástrica), tumores malignos e benignos (raros), gastrite, afecções decorrentes das cicatrizes das úlceras curadas, etc.

Faringe


A faringe é um canal músculo-membranoso comum aos sistemas digestivo e respiratório e se comunica com a boca e com as fossas nasais. Se estende da base do crânio à borda inferior da cartilagem cricóide, continuando pelo esôfago. A faringe (ou garganta) é ladeada pelos grandes vasos sanguíneos do pescoço e pelos nervos glossofaríngeos, pneumogástrico ou vago, e hipoglosso. Divide-se em três partes: faringe superior (nasofaringe ou rinofaringe); faringe bucal (orofaringe); faringe inferior (hipofaringe, laringofaringe ou faringe esofagiana).
O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, que o conduz até a laringe. Constitui a passagem dos alimentos em direção ao esôfago.
Esquema da Faringe (ou Garganta)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Vai-Vai fala sobre saúde do corpo e da mente em desfile

Crédito: ArquivoO desfile da Vai-Vai no Anhembi está previsto para começar às 3h05 de domingo (22).
A escola de samba Vai-Vai se apresenta na segunda noite de desfile do Grupo Especial de São Paulo e espera repetir o bom desempenho do ano passado e conquistar o bicampeonato. Para lutar pelo título, a escola escolheu falar sobre a saúde no Brasil e destaca três alicerces: higiene, alimentação e meio ambiente.

O enredo desenvolvido é "Mens Sana Et Corpore Sano - o Milênio da Superação" e, segundo o carnavalesco Chico Spinosa, segue a tendência dos últimos dois anos em que também falou sobre temas sociais --reciclagem e educação.

O desfile da Vai-Vai no Anhembi está previsto para começar às 3h05 de domingo (22).

Enredo

O carnavalesco divide a apresentação da escola em cinco etapas e começa falando da passagem da Idade Média ao Renascimento, momento em que, segundo Spinosa, o homem começa a pensar em saúde, em equilíbrio. Neste mesmo período, ele destaca as grandes navegações, que levaram micróbios e doenças para diferentes lugares do mundo, inclusive ao Brasil.

"As caravelas do Renascimento, das grandes navegações, eram imundas, com os porões cheios de rato, pulga e muitos micróbios. E nesse contexto, na busca pela Índia, os portugueses chegam ao Brasil e trazem sujeiras e doenças", afirma Spinosa.

As alegorias vão falar de temas que o carnavalesco caracteriza como os alicerces da saúde. O primeiro é a higiene e destaca o começo do século 20, quando o médico francês Osvaldo Cruz chegou ao Brasil e iniciou uma revolução sanitária no país.

A alimentação estará retratada na terceira alegoria, que representa um banquete de guloseimas, hambúrgueres, batatas fritas. Já o meio ambiente vai ser representado por tubulações de indústrias, queimadas e um grande pulmão humano.

Para concluir a apresentação, a Vai-vai vai apresentar um carro sobre medicina alternativa. "A gente fala um pouco da acupuntura, da quiromancia, do tai-chi, e toda essa medicina alternativa que é associada a fé. No carro há uma representação do DNA protegido por fé, com mandalas que representam o equilíbrio perfeito do homem", diz o carnavalesco.

Ciborgues e o mundo que vem por aí

A vida humana é finita. No entanto, a aceitação da morte está sumindo lentamente do nosso horizonte simbólico, cultural e social por conta das conquistas sucessivas da ciência biomédica. Prolongar a vida a qualquer preço tornou-se o objetivo maior. A socióloga Celine Lafontaine lembra que sempre clamamos pela imortalidade. Panteões, academias, memoriais, nomes de ruas e viadutos pelo mundo afora atestam nosso desejo de eternidade.

Agora a onda das biociências reativou a fantasia da eterna juventude. O biologista Aubrey de Grey garante que "a pessoa que viverá eternamente já nasceu". Clonagem, alterações genéticas, criogenia e prolongamento artificial da vida são práticas correntes. A proliferação cultural do mito do ciborgue e do pós-humano marca nossos próximos passos.

A extensão das fronteiras decorre dos avanços biomédicos. O agonizante mantido vivo em UTIs, entubado, atado a fios, tubos e aparelhos cada vez mais invasivos, é visto pelo antropólogo Chris Hables Gray como o tipo ideal de ciborgue. A decifração dos códigos e programações genéticas promete o acesso ao segredo da vida. Para a socióloga Dorothy Nelkin, a sacralização da ideia de que os genes são imortais se reflete no fetichismo do DNA, que se supõe conter a essência da individualidade subjetiva.

Relíquia do mundo pós-moderno, cada fragmento de DNA abrigaria, na retórica do genoma, a essência informacional de uma pessoa e sua identidade genética. O nascimento de Dolly marcou nossa entrada definitiva na era da pós-mortalidade. As células-tronco são uma mina de ouro para o desenvolvimento da medicina regenerativa dos tecidos. A ideia de reagrupar estratégias e intervenções terapêuticas visando reparar tecidos danificados do corpo humano restringiria a morte a acidentes extraordinários ou destruição extrema das forças vitais. Do transplante de órgãos às terapias genéticas, passando pela fabricação de tecidos de substituição, a indústria biofarmacêutica e a medicina regenerativa assumem o biocontrole de uma sociedade que se quer pós-mortal. Seus passos são estimular mecanismos de autorreparação; implantar tecidos ou órgãos produzidos fora do corpo; rejuvenescer células que afetam o relógio biológico; e, por meio da nanotecnologia, reconstruir corpo e cérebro em escala molecular com adição de inteligência artificial. Esse modelo quer libertar o humano da "prisão biológica da mortalidade" por meio da sua fusão com a máquina.

Ray Kurzweil sustenta que o organismo humano é obsoleto. A ideia é fazer o download do conteúdo da inteligência humana em uma máquina a fim de obter sua existência pós-biológica. O sociólogo William Sims Bainbridge e o prêmio Nobel de Física Norbert Wiener afirmaram que será possível brevemente gravar o conteúdo de um ser humano em um CD e transportá-lo nos bolsos, o que eles aplaudem como a libertação do corpo, visto como suporte frágil e falível. O paciente em estado de morte cerebral é o protótipo do ciborgue. E as nanotecnologias são consideradas a solução miraculosa para a fragilidade humana e da morte, fazendo a hibridação entre o natural e o artificial.

Para Eric Gullichsen o cérebro é a alma neurológica, o DNA faz a alma molecular e as nanotecnologias criarão a alma atômica. Em suma, trata-se de física quântica, microeletrônica, informática, biologia molecular com a engenharia molecular e cibernética manipulando matéria reorganizada em nível atômico e fazendo a fusão entre as espécies viventes e as máquinas. Para o cientista Robert A. Freitas, "a nanomedicina pode aprender a inverter completamente as falhas celulares e fazer os idosos recuperarem boa parte da saúde e da juventude, da força e da beleza, desfrutando de uma extensão quase indefinida de sua vida". Em Becoming Immortal, Stanley Shostak propõe modificar geneticamente o corpo humano a fim de parar seu crescimento biológico antes do período de puberdade. Os indivíduos assim transformados poderiam viver indefinidamente. Tornados estéreis pelo bloqueio artificial de seu desenvolvimento, eles não seriam nem homens nem mulheres, mas seres assexuados e fisicamente imaturos, ainda que intelectualmente adultos.

O modelo desenvolvido por Shostak é largamente inspirado pela figura teórica do ciborgue tal como a elaborou Donna Haraway. Meio natural e meio artificial, meio homem e meio mulher, o ciborgue é um ser emancipado da prisão da diferença sexual, da opressão de gêneros e da procriação. Dissociada da sexualidade, a procriação seria feita tecnicamente em útero artificial. Pobres de nós!

Evocando a hipótese de uma superpopulação causada pelo aumento da longevidade, os cientistas defensores dessas ideias propõem limite radical aos nascimentos.

Num brado exacerbado de hedonismo e individualismo, afirmam que entre escolher viver eternamente ou nos reproduzir, a grande maioria de nós optaria pela imortalidade. Querer ultrapassar as fronteiras da morte é, para Christopher Lasch, nosso fantasma narcísico como capazes de lidar com os limites da condição humana.

O biocapital, figura maiúscula da economia globalizada, com essas linhas de pesquisa deixa entrever uma nova forma de dominação e de desigualdade. Enquanto anuncia o alongamento sem fim da expectativa de vida das gerações mais velhas a custos exorbitantes, cerceando o espaço essencial da alternância de gerações, reduz a saúde dos jovens estimulando o consumismo que provoca obesidade, diabetes, cânceres e outras doenças sistêmicas geradas pelas contaminações e pela inatividade física.

Quem gostaria de viver nessa sociedade que os arautos do futuro anunciam?

Cérebro humano está ''dentro dos padrões''

Estudo brasileiro também calculou o n.º de neurônios no órgão de vários primatas e aponta 14 bi a menos que os 100 bi citados para humanos

Herton Escobar

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O ser humano tem um cérebro grande. Mas nada fora do normal. Segundo um estudo que está prestes a ser publicado por cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a anatomia do cérebro humano obedece fielmente à uma regra de escala dos cérebros de primatas, não só em tamanho, mas também no número de neurônios - que, por acaso, é bem menor do que se imaginava.

"Não há nada fora do comum nos nossos cérebros", diz o pesquisador Roberto Lent, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, que foi um dos responsáveis pelo estudo. "Nesse aspecto, o ser humano é um primata como outro qualquer."

A base do trabalho é uma contagem inédita de neurônios no cérebro humano. O número tradicionalmente citado na literatura é de 100 bilhões. Lent até usou isso como título de seu livro - Cem Bilhões de Neurônios, Conceitos Fundamentais da Neurociência, de 2001 -, mas depois descobriu que nunca havia sido feita uma contagem precisa. Resolveu, então, fazer uma, com a ajuda da colega Suzana Herculano-Houzel. A parceria deu origem a uma série de pesquisas publicadas nos últimos anos sobre os cérebros de roedores e primatas.

No estudo mais recente, a equipe usou uma técnica especial - desenvolvida no próprio laboratório - para dissolver os tecidos cerebrais e extrair apenas o núcleo das células que compõem o órgão. Contaram os núcleos e chegaram a um total de, aproximadamente, 86 bilhões de neurônios - 14 bilhões a menos do que os sempre citados 100 bilhões.

Outra surpresa foi o número de células gliais, um tipo de célula que dá suporte aos neurônios e pode estar envolvida também no processamento de informações. A literatura popular costuma dizer que o cérebro tem dez vezes mais células de glia do que neurônios - o que pode ter dado origem ao mito de que só usamos 10% do nosso cérebro. Mas os cientistas encontraram uma proporção de praticamente um para um.

Todos esses números, segundo Lent, são compatíveis com a "lei de escala" estabelecida em um estudo anterior, que comparou a massa e o número de neurônios do cérebro de seis espécies de primatas, como o mico e o macaco-prego. O que significa, segundo os cientistas, que a composição do cérebro humano está 100% dentro dos padrões para um primata do seu tamanho.

Se a comparação fosse feita com grandes primatas, como o gorila e o orangotango, os resultados seriam diferentes. Os pesquisadores especulam, porém, que o que está fora dos padrões é o corpo, e não o cérebro, desses grandes símios. Nesse caso, não seria o homem que tem um cérebro grande demais para o seu corpo, mas o orangotango e o gorila que têm um corpo grande demais para seus cérebros.

A pesquisa foi feita com quatro cérebros doados pelo Banco de Cérebros da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Os resultados do estudo, que foi tese de mestrado do aluno Frederico Azevedo, serão publicados na revista The Journal of Comparative Neurology.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"Submarino" microscópico pode navegar pelo corpo humano

Equipamento microscópico pode auxiliar na realização de cirurgias, como retrata a cena do filme Viagem  Fantástica
Equipamento microscópico pode auxiliar na realização de cirurgias, como retrata a cena do filme Viagem Fantástica
20 de janeiro de 2009
Divulgação

Um pequeníssimo motor que funcionaria como uma espécie de "submarino", circulando pelas veias e monitorando as condições da saúde humana, é uma das última invenções criadas a serviço da saúde humana. O milimétrico microscópio intravenoso serviria para "navegar" através da estreita estrutura dos vasos sangüíneos para ajudar a salvar vidas. As informações são do jornal americano Daily Mail.

Ainda em testes, o minúsculo equipamento pode transformar em realidade a fantasia retratada no filme de ficção científica "Viagem Fantástica", produção americana de 1966, em que um submarino em miniatura chamado Proteus aparece com uma tripulação de médicos igualmente miniaturizada, cuja tarefa é atuar no salvamento de um homem que possui um coágulo cerebral. Agora, 40 anos depois - e com a exceção da atuação dos humanos -o procedimento deixou de ser fantasioso.

Cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, acabam de desenvolver um dos menores motores já existentes. O dispositivo teria a capacidade de tirar fotos do interior do corpo humano durante a realização de uma cirurgia de alta precisão.

O "submarino" também removeria amostras de tecido corporal para a realização de biópsias e levaria medicamentos curativos a locais de aplicação específica. Com largura equivalente a menos de dois cabelos humanos postos lado-a-lado, o dispositivo tem potência para "nadar" contra o fluxo de sangue e poderia também ser utilizado para chegar a pontos arteriais do cérebro muito estreitos e ainda inexplorados.

Ele teria ainda a capacidade de desobstruir veias e introduzir cateteres no corpo humano sem causar danos ou risco à saúde do paciente. "Nossa esperança é que ele possa ser utilizado para salvar a vida das pessoas, pois ele seria capaz de atingir partes do corpo a que os cirurgiões ainda não têm acesso", disse o professor James Friend, um dos criadores do dispositivo.

"Infelizmente, ao empurrar manualmente um cateter no corpo de uma pessoa, é possível causar uma ruptura dos vasos sangüíneos, levando à morte do paciente. Com o Proteus, teríamos uma forma muito mais segura de realizar este procedimento", confirma o médico.

A primeira etapa de testes com o motor deverá ser feita com animais. A aprovação para aplicar a técnica em humanos, calcula o pesquisador, pode demorar ainda alguns anos.

Canibalismo envolve desespero, vingança e até amor, dizem especialistas

Registro da prática, tanto 'culinário' quanto ritual, é extremamente antigo.
Algumas tribos indígenas foram antropófagas até pouco tempo atrás.

Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo

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Uma rápida passada de olhos pela história da humanidade é suficiente para demonstrar que o canibalismo é uma prática bem mais comum do que gostaríamos de imaginar. A gama de perversidade criativa é de estontear: antropofagia de sobrevivência, culinária, de guerra, endocanibalismo, exocanibalismo, antropofagia medicinal... basta escolher o prato. Apesar do tabu ocidental sobre o consumo de carne humana, sociedades do mundo todo, na pré-história ou em épocas mais recentes, adotaram o costume como forma de sobreviver em situações extremas, vingar-se do inimigo ou até homenagear, com grandes mostras de carinho, parentes e amigos mortos.

Foto: Reprodução

Fígado

Características

O fígado é o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as víceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto e na mulher adulta, entre 1,2 e 1,4 kg, tem a cor vermelha-amarronzada, é friável e frágil, tem a superfície lisa, recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.

Fígado e Vesícula Biliar

Esquema do fígado e da vesícula biliar.

Funções do Fígado

  • Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação da lipase;
  • Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;
  • Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
  • Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
  • Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
  • Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

Tecido Hepático

É possível perder cerca de 75% deste tecido (por doença ou intervenção cirúrgica), sem que ele pare de funcionar. O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bílis segregada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bílis, que descarrega seu conteúdo no duodeno.

As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios.

O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias, como as enzimas. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação no fígado, como a cirrose.

Esquema do Fígado

Esquema do fígado.

As doenças do fígado consistem em:

Prejudicial à saúde.

  • Afecções inflamatórias agudas: difusas (hepatite) ou circunscritas (abscesso);
  • Afecções caracterizadas principalmente por esclerose (cirroses);
  • Afecções tumoriais (câncer do fígado, primitivo ou secundário);
  • Comprometimentos hepáticos no decorrer de afecções cardiovasculares (fígado cardíaco);
  • Localizações hepáticas de diversas doenças gerais (cisto hidático).